terça-feira, 22 de março de 2011

Curso de Jardinagem - Combate a pragas e doenças - Aula 09

9.0 Combate a pragas e doenças
Um jardim bonito é um jardim sadio. Deve-se vistoriar o jardim periodicamente, como objetivo detectar a presença de pragas e/ou doenças. Importante esclarecer que, quando se fala em pragas no jardim, refere-se ao inimigo de origem animal (pulgões, lagartas, cochonilhas, etc.), e em doenças, quando o inimigo é de outra origem (fungo, vírus e bactéria).
9.1 Pragas
As pragas são os inimigos das plantas de origem animal.
O controle das pragas pode ser tanto preventivo, quanto de ação direta, pela aplicação de defensivos agrícolas.
Outra possibilidade é o uso de defensivos alternativos, de produção caseira, quase nada tóxicos e que têm se mostrado bastante eficientes no combate das pragas.
Formigas
Formigas: as espécies consideradas pragas em jardins e hortas são compostas pelas formigas cortadeiras: saúvas e quenquéns. Não existe ainda uma forma eficaz de se controlar naturalmente formigas cortadeiras. As iscas tóxicas (formicidas) são as mais eficientes no mercado, fáceis de aplicar, pouco tóxicas ao homem e de preço acessível. Sua utilização deve ser feita, seguindo-se criteriosamente as instruções contidas no rótulo. Deve-se ainda, respeitar a indicação de iscas para jardinagem amadora.

Lesmas e caracóis
Lesmas e Caracóis: normalmente atacam à noite, furando e devorando folhas, caules e botões florais e também podem atingir as raízes subterrâneas.
Dicas: besouros e passarinhos são seus predadores naturais. Uma boa forma de eliminá-los é usar armadilhas feitas com “isca de cerveja” para atraí-los. Como fazer: tirar a tampa de uma lata de azeite e enterrá-la deixando a abertura no nível do solo. Colocar dentro um pouco de cerveja misturada com sal. As lesmas e os caracóis caem na lata atraídos pela cerveja e morrem desidratados pelo sal.
Ácaros
Ácaros: parecem pequenas aranhas vermelhas, sendo de tamanho
microscópico. O sinal que a planta está sendo atacada é o aparecimento de minúsculas teias prateadas na parte de baixo das folhas. Todas elas
podem matar as plantas, mas antes deixam as folhas manchadas e enroladas.
Pulgões
Pulgões: podem ser pretos, marrons, cinzas e até verdes. Alojam-se nas folhas mais tenras, brotos e caules, sugando a seiva e deixando as
folhas amareladas e enrugadas. Em grande quantidade podem debilitar
demais a planta e até transmitir doenças perigosas. Os pulgões costumam atacar, principalmente, as plantas de hastes e folhas macias. Precisam ser controlados logo que aparecem, pois multiplicam-se com grande rapidez. Dicas: as joaninhas são seus predadores naturais. Um chumaço de algodão embebido em uma mistura de água e álcool em partes iguais ajuda a
retirar os pulgões das folhas. Essa operação pode ser feita semanalmente. Recomenda-se também a aplicação de calda de fumo ou macerado de urtiga.
Conchonilhas
Cochonilhas: são insetos minúsculos, geralmente marrons ou amarelos, que alojam-se principalmente na parte inferior das folhas e nas fendas. Além de sugar a seiva da planta, as cochonilhas liberam uma
substância pegajosa que facilita o ataque de fungos, em especial, o fungo fuliginoso.
Dicas: as joaninhas também são seus predadores naturais, além de certos tipos de vespas. A calda de fumo e a emulsão de óleo são métodos naturais bastante eficientes para combatê-las. Deve-se evitar o uso de controle químico, mas, quando necessário, nos casos extremos, normalmente são usados óleo mineral e inseticida organofosforado.
Moscas-brancas
Moscas-brancas: são insetos de coloração branca. Não é difícil notar a sua presença: ao esbarrar numa planta infestada por moscas-brancas, ocorre uma pequena revoada de minúsculos insetos brancos. Dica: é difícil eliminá-las; por isso, muitas vezes, é preciso aplicar insetidas específicos. Quando o ataque é pequeno, o uso de plantas repelentes - como tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã (Mentha sp.), calêndula (Calendula officinalis), arruda (Ruta graveolens) - costuma dar bons resultados.
Lagartas
Lagartas: fáceis de serem reconhecidas, as lagartas costumam
enrolar-se nas folhas jovens e literalmente comem brotos, hastes e folhas novas, formando uma espécie de "teia" para proteger-se. Dicas: caso não apresente um ataque maciço (quando indicado a aplicação de um lagarticida biológico, facilmente encontrado no mercado.), o controle das lagartas deve ser manual, ou seja, devem ser retiradas e destruídas uma a uma. A calda de angico ajuda a afastar as lagartas e não prejudica a planta. O uso de plantas repelentes, como a arruda, pode ajudar a mantê-las afastadas. Aves e pequenas vespas são suas “inimigas” naturais.
Percevejos
Percevejos: são mais conhecidos como “marias-fedidas”, pois exalam um odor desagradável quando se sentem ameaçados. Seu ataque costuma provocar a queda de flores, folhas e frutos, prejudicando novas
brotações. Dicas: vespas são seus predadores naturais. Devem ser removidos manualmente, um a um. Se o controle manual não for eficiente, a calda de fumo pode funcionar como um repelente natural.
Tatuzinhos
Tatuzinhos: muito comuns nos jardins com umidade excessiva,
são também conhecidos como “tatus -bolinha”, pois enrolam-se como uma
bolinha quando são tocados. Vivem escondidos e alimentam-se de folhas,
caules e brotos tenros, além de transmitir doenças às plantas. Dicas: evitar a umidade excessiva em vasos e canteiros; devem ser retirados manualmente e eliminados um a um.
Nematóides
Nematóides: são “parentes” das lombrigas e atacam as plantas pelas raízes. As plantas afetadas apresentam raízes grossas e cheias de fendas. Num ataque intenso, provocam a morte do sistema radicular e,conseqüentemente, da planta. Algumas plantas dão sinais em sua parte aérea, mostrando sintomas do ataque de nematóides: as dálias, por exemplo, podem apresentar áreas mortas, de coloração marrom, nas folhas mais velhas. Dicas: o melhor repelente natural é o plantio de tagetes (o popular: cravo-de-defunto) na área infestada. Se o controle ficar difícil, deve-se eliminar a planta infestada do jardim, para evitar a proliferação.
9.2 Doenças
As doenças são os inimigos das plantas de outras origens, que não animal, tais como: fungos, vírus e bactérias.
Antracnose
Antracnose: provoca o aparecimento de várias manchas brancas com anéis vermelho-escuros com o tempo. As manchas tornam-se amarronzadas. Das manchas, formam-se buracos e as folhas caem. O controle químico é feito com pulverizações à base de enxofre. Durante o período de crescimento, pulveriza-se semanalmente com Maneb ou zineb.
Cancro
Cancro: os fungos penetram pelos cortes da poda, nó de articulação do enxerto ou ferimentos causados por ferramentas. Aparecem manchas marrons grandes que circulam os caules, atingindo as folhas. O controle é feito com pulverizações à base de enxofre.
Tombamento
Tombamento: aparecem quando se tem excesso de umidade e temperatura baixa. Causam o apodrecimento da haste junto ao solo. O controle deve ser preventivo com a desinfecção do solo.


Ferrugem
Ferrugem: formam manchas nas partes inferiores das folhas que depois murcham e caem, e nos caules. As manchas podem ser alaranjadas, amarelas ou marrom-avermelhadas. O controle é feito com pulverizações de enxofre, Zineb ou Maneb.


Mildio pulverulento

Míldio pulverulento: o ataque é feito nas partes novas da planta,
formando manchas marrons cobertas por um pó branco ou cinza. As folhas
enrolam e secam. O controle deve ser químico, à base de enxofre.



Mofo cinzento
Mofo cinzento: a planta apresenta nos caules, folhas, brotos e botões florais um mofo cinza amarronzado. O controle químico é feito o com pulverizações de Zineb.



Oídio
Oídio: a planta apresenta manchas claras, esbranquiçadas, aspecto
pulverulento (talco), mais ou menos arredondadas nos dois lados das folhas,
nos brotos e botões. As manchas tornam-se amarelo-avermelhadas e as
folhas acabam secando. Controle com produtos à base de enxofre.
Pinta-preta
Pinta-preta: a planta apresenta as folhas todas pintadas com
manchas arredondas pretas, com contorno amarelado, causando a queda das folhas. Ocorre geralmente em tempo úmido e é típica das roseiras. O
controle químico é feito através de pulverizações com Dithane e Fermate.
Galha
Galha: a planta apresenta um tumor arredondado e áspero que
aparece no caule junto ao nível do solo. O ataque é feito quando a planta
sofre ferimentos. A planta perde o viço e morre. O controle químico é feito
com aplicações de estreptomicina em pó a cada duas semanas. 
Viroses: existem diversos tipos. As plantas atacadas geralmente
apresentam estrias amarelas nas folhas, deformações, envassouramentos,
reduções do crescimento e da produção.
Importante reforçar que um jardim bem implantado, bem adubado e com regas controladas dificilmente estará sujeito a pragas e doenças. Quando elas aparecem, significa um alerta e o jardim merece toda atenção do jardinista.

Um comentário:

karol disse...

Muito legal seu blog, parabens

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